Este Boletim resulta da pesquisa “Quem são os anticotas no Brasil?”, por meio da qual o Observatório da Branquitude elaborou um mapeamento exploratório dos discursos, argumentos e perfis de atores brasileiros histórica e publicamente avessos às cotas raciais no ensino superior. Três dimensões estão no centro da compilação de dados que se segue — imprensa, intelectuais e poder legislativo —, em razão do lugar privilegiado assumido no debate público contrário à política. E que ainda pode gerar rebatimentos negativos às medidas de combate às desigualdades raciais, considerando, sobretudo, o ano de 2022, —em que se prevê a revisão da política pública decorrente da Lei federal 12.711/20121.
Em outros termos, o Observatório procurou identificar narrativas, articulações, decisões sob o enfoque das assimetrias raciais que entre nós se desdobram, de um lado, em vantagens materiais, simbólicas e culturais aos brancos, e de outro lado, em obstáculos no acesso de pessoas negras a posições de prestígio social. Portanto, “Quem são os anticotas no Brasil?” visa cooperar para a qualificação e o aprimoramento da agenda de preocupações encampada pela sociedade civil organizada e tomadores de decisão na salvaguarda e no fortalecimento da política de cotas raciais.
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