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BRANQUITUDE, IMAGENS DE CONTROLE E DESIDENTIFICAÇÃO: UMA ANÁLISE DE DISCURSO TEXTUALMENTE ORIENTADA DE RAPS PRODUZIDOS POR MULHERES NEGRAS

Autor(a)

Alexandra Bittencourt de Carvalho, Jéser Abílio de Souza e Mariana Sales e Abreu

Este artigo procura investigar de que forma mulheres negras no rap brasileiro mobilizam e combatem as imagens de controle produzidas pela branquitude com vistas à reconstrução de práticas sociais. Nos baseamos no entendimento do pensamento feminista negro de que a cultura de forma ampla e a música, especificamente, são espaços nos quais mulheres negras refletem sobre a realidade e combatem representações racistas. Consideramos, também, as formas como as estruturas de raça e de gênero interagem para a produção de experiências das mulheres negras, buscando apoio na literatura sobre interseccionalidade. Além disso, entendemos a branquitude como uma posicionalidade identitária que, no processo de racialização, coloca os seus ideais estéticos-culturais como ponto de referência para a organização social, fornecendo a dimensão discursiva para a opressão racial. Para realizar o estudo, nos valemos do conceito de imagens de controle, proposto por Patricia Hill Collins, como instrumento teórico-metodológico, associada à metodologia de Análise de Discurso Crítica e à interseccionalidade com a finalidade de analisar músicas de Tássia Reis e Preta Rara, artistas que ganharam popularidade no rap contemporâneo. As escolhas metodológicas estão pautadas na percepção de que o discurso é um dos articuladores de estruturas de poder de gênero, raça, classe e outras identidades, sendo, também, um dos campos estratégicos que podem ser disputados na busca por justiça social. Pudemos observar que as rappers brasileiras reconhecem o efeito de dominação das imagens de controle, ao mesmo tempo em que empregam discursos de resistência como forma de se colocar como agentes sócio-políticas na transformação da dinâmica racista.