O presente trabalho pretende fazer ver a branquitude enquanto uma estrutura
invisível de hierarquização e opressão das relações e esboçar novas possibilidades pela
aproximação da psicologia com um fazer clínico antirracista. Dois eixos fundamentais
atravessam esse fazer clínico, ao nosso ver: (1) pensar uma prática socialmente
contextualizada, ou seja, uma prática que traga consigo o contexto social e a (2)
interseccionalidade. O racismo antinegro, uma elaboração feita pela branquitude, há
muito se sabe, provoca adoecimentos, sofrimentos intensos e mortes. É preciso um olhar
crítico sobre as bases epistemológicas que constituem a psicologia brasileira e, em
especial à psicologia clínica, para firmarmos um compromisso ético em direção à uma
psicologia clínica antirracista que combata o racismo e todas as formas de opressão a
populações historicamente excluídas.