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Emergência climática: uma herança da branquitude

O clima geral é de revisão de tudo o que passou. Por aqui não seria diferente. Para o Observatório da Branquitude, o ano de 2023 foi de crescimento, amadurecimento e consolidação do nosso trabalho.

Foto: Acervo

Observatório da Branquitude

10 de junho de 2024

O clima geral é de revisão de tudo o que passou. Por aqui não seria diferente. Para o Observatório da Branquitude, o ano de 2023 foi de crescimento, amadurecimento e consolidação do nosso trabalho. A começar pela equipe que dobrou de tamanho. Eu mesma cheguei à comunicação do OdB no meio do ano – logo depois da Manuela assumir a co-direção executiva e um pouco antes da chegada da Nayara na pesquisa. Junto ao Thales, Diogo e Carol, firmamos o compromisso de responsabilizar a branquitude pelas desigualdades e apontar os mecanismos de manutenção da supremacia branca.

Mas dou início a retrospectiva de 2023 contando uma novidade: todos os vídeos das mesas do seminário “Emergência Climática: uma herança da branquitude” estão disponíveis nonosso canal do Youtube

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. No evento tivemos a honra de acompanhar uma das últimas aparições públicas do nosso ancestral mestre Nego Bispo, que compartilhou seus saberes conosco ao lado de Nilma Bentes, Tainá de Paula, Mariana Belmont, Larissa Amorim, Gisele Moura, Selma Dealdina e Alex de Jesus. Deixamos de presente para vocês nesse fim de ano o registro desse importante encontro que nos colocou no debate da justiça climática.

Ainda lançamos nosso videomanifesto

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onde responsabilizamos a branquitude pela crise climática que afeta desproporcionalmente populações não brancas. Também produzimos o boletim “O Saber Ainda é Branco” que aponta, entre outras coisas, que homens brancos de São Paulo ganham 1.4 vezes mais verbas de fomentos governamentais que toda a região norte – onde se concentra a maior parte da floresta amazônica e também o maior número de pesquisadores negros. Esse é só o início do nosso trabalho nesse campo.

Esse foi nosso segundo boletim em 2023. A primeira publicação do ano nasceu de uma importante parceria com a plataforma CEDRA – que utiliza dados estatísticos oficiais para explicitar as desigualdades raciais no Brasil cruzando esses dados de maneiras inéditas. Em julho, lançamos juntos o boletim

“Privilégio branco: mulheres e direitos à educação no Brasil”

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. Os números apontaram que mulheres brancas são o grupo social com maior acesso a oportunidades educacionais no país e reforçaram a necessidade de políticas públicas racializadas e pautadas em gênero.

A educação foi um recorrente para o OdB e continuará sendo. Em março, lançamos o documentário

“Nenhum Saber Para Trás”

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. Com uma conversa entre Cida Bento e Daniel Munduruku, denunciando os perigos de uma epistemologia única na compreensão da ciência. No filme, contamos a história de Jacinta, uma mulher negra usada como objeto de pesquisa e de chacota em trotes por estudantes da USP. A história entrou no filme por uma mobilização dos alunos, que após o filme, conseguiram que a sala que levava o nome do professor que começou o processo de desumanização de Jacinta mudasse de nome.

Foram muitas as aventuras de 2023. Dez artigos publicados na nossa coluna na Revista Gama, mais de 400 inserções na imprensa, mobilização na campanha por uma ministra negra no STF e muitas participações em palestras, mesas e seminários. Porém, destaco uma delas, a nossa participação no Fórum Permanente dos Povos Afrodescentes na ONU, em Nova York. Manu e Thales passaram uma semana entre debates, rodas de discussão. Em uma fala conjunta com Geledes, Mahin, CEERT e Perugum, colocamos em pauta a supremacia branca.

Queremos seguir fomentando debates importantes e gerando impacto em 2024. Responsabilizando a branquitude é possível pensar em novos futuros.

Ficaremos de recesso até dia 3 de janeiro.

Nos encontramos no próximo ano!

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Na Mídia

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‘Formação continuada do professor em equidade racial pode evitar injustiças na escola’

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