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Observatório da Branquitude completa dois anos construindo novo futuro

Nós trabalhamos por um novo futuro erguido por pessoas negras e seus saberes ancestrais.

Foto: Acervo

Observatório da Branquitude

10 de junho de 2024

Parece que foi ontem que demos início a essa caminhada, mas como em um piscar de olhos o Observatório da Branquitude completou dois anos de atividades. Nós trabalhamos por um novo futuro erguido por pessoas negras e seus saberes ancestrais. Para tornar isso possível, atuamos colocando a crítica à Branquitude no centro do debate – apontando as ação da supremacia branca na manutenção de privilégios e reprodução do racismo.

Nesses dois anos, lançamos seis pesquisas originais: Revisão Sistemática de Literatura Sobre Branquitude; Quem são os anticotas no Brasil?; Quem ameaça a democracia é a branquitude; Privilégio Branco: Mulheres e o Direito a Educação no Brasil; O Saber Ainda é Branco; A Cor da Infraestrutura Escolar. A última, revelando que a raça é fator determinante nos acúmulos de desigualdades na educação básica, foi apresentada durante Fórum de Afrodescentes da ONU, sendo debatida no evento paralelo “Educação Antirracista para um Novo Amanhã”.

O dado que revela que 69% das escolas com melhor infraestrutura são majoritariamente brancas circulou nos principais jornais e portais no país. Com espaço na Folha de São Paulo, O Globo, Agência Brasil, CNN, Record News, RedeTV, Alma Preta Jornalismo, entre outros, conseguimos chegar a mais pessoas e ampliamos o debate mostrando de maneira prática como funciona o privilégio branco. Nossa presença na imprensa cresce gradualmente, demonstrando frutos do nosso trabalho que fomenta discussões em busca de reparação para as vítimas da desigualdade ocasionada pela branquitude – É possível acessar algumas dessas publicações no espaço dedicado a mídia no nosso site.

Com a missão de tensionar o debate público da branquitude, articulamos com o governo federal e incidimos diretamente em três ministérios: produzimos material didático para agentes de segurança em uma parceria com o ministério da Justiça; transferimos nossa tecnologia de monitoramento de projetos de lei que ameaçam as cotas raciais para o ministério da Igualdade Racial; trabalhamos para o aperfeiçoamento de dados educacionais e monitoramento da equidade junto ao ministério da Educação.

Também realizamos o trabalho de colocar o foco na Branquitude nas discussões sobre raça em todo evento, palestra ou seminário que participamos ou produzimos. Em novembro de 2023, promovemos um dia inteiro de debates no seminário “Emergência Climática: uma herança da branquitude”. Foi uma das últimas falas em vida de Nego Bispo e o evento também contou com dona Nilma Bentes, Alex de Jesus, Bianca Santana, Gisele Moura, Tainá de Paula, Larissa Amorim, Mariana Belmont e Selma Dealdina como painelistas – Tudo pode ser visto no nosso Youtube.

Nesses dois anos de Observatório da Branquitude, ainda lançamos um filme em parceria com o Alma Preta Jornalismo. O documentário Nenhum Saber Para Atrás denuncia o racismo na produção científica e os perigos de uma epistemologia única. Além disso, mantemos ativo um acervo com mais de 250 títulos sobre branquitude: a Biblioteca Guerreiro Ramos.

Nós aproveitamos esse texto em celebração ao nosso aniversário para publicizar o nosso relatório de atividades que conta um pouco do que fizemos em 2023. E ainda reforçamos nosso compromisso em atuar globalmente olhando para a raça a partir do Brasil. No próximo ano, manteremos nosso propósito na construção de novas análises que demonstrem como a supremacia branca é causadora das desigualdades. Queremos ampliar horizontes e seguir consolidando o Observatório da Branquitude entre as instituições que trabalham para uma realidade digna para a população negra.

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