A partir dos Estudos Culturais (Hall, 2013a, 2013b ; Restrepo, 2014), Estudos Críticos da Branquitude (Bento, 2002, 2022; Cardoso, 2020; Carone, 2014; Schucman, 2020; Sovik, 2004) e Arte Brasileira, esta dissertação tem como objetivo geral identificar, compreender e analisar os padrões característicos e organizacionais da branquitude na Arte Brasileira (Hall, 2013a, 2013b), e partindo da compreensão dos Estudos Culturais de cultura enquanto poder e vice-versa, em que se estuda a organização geral em um caso particular, recorro ao contextualismo radical e ao pluralismo metodológico da seguinte forma: primeiro, identifico e analiso a construção social e histórica da branquitude e seu funcionamento, assim como sua autoidentificação, na qual se manifesta a contradição estratégica da branquitude. Em seguida, a partir da historiografia da arte afro-brasileira de autoria branca (Conduru, 2007, 2009; Cunha, 1983; Rodrigues, 1904; Valladares, 2018) e da produção da representação no campo da arte – a partir da ideia de “imagem em negativo” (Sovik, 2017) e do conceito “objetos em estado de exposição” (Simões, 2019), analiso como a branquitude ao produzir o Outro produz a si mesma (Carneiro, 2023; Fanon, 2020; Faustino, 2017; Kilomba, 2019), e como resultado, identifico, nomeio e conceituo o racismo visual. A seguir, subvertendo a lógica de poder do olhar branco (hooks, 2019), tomo a crítica à branquitude realizada por artistas afro-brasileiros, e revisito a historiografia da Arte Brasileira de autoria negra (Amancio, 2021; Munanga, 2018; Nascimento, 2018; Ribeiro, 2020; Simões, 2019) a fim de conceituar a arte branco-brasileira. Por fim, faço alguns apontamentos sobre a atuação de sujeitos brancos, e advogo a favor da morte da branquitude na Arte Brasileira (Yancy, 2022).