O artigo reúne processos que envolvem a experiência do espaço urbano a partir da vida negra. Partimos de uma lógica que compreende a metrópole do período atual por meio de um emaranhado de instrumentos que inviabilizam e interditam a experiência vivida de negros e negras, lógica perversa que se desenvolveu por meio de processos-projetos de longa duração alinhados à paranoia branca. O método proposto esteve apoiado no diálogo
com a inspiração foucaultiana da interdição do discurso, presente no espaço interdito de Joseli Silva, além da inserção do “esquema corporal” fanoniano aos trâmites da longa duração, com pronúncia aos oitocentos e a influência dos ventos de liberdade soprados do Haiti na conformação deste grande aparato de interdição. A partir dessa associação, concluímos que os atuais códigos metropolitanos, forjados pela materialização do medo branco na forma do controle, transformam não só a relação corpo-espaço pela negação de sua presença, mas também da sua realização enquanto ser.