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“Quando os olhos não veem”, mas o coração sangra: um estudo sobre as relações raciais pelos afetos e arte na arena do slam.

Autor(a)

Lais Biasoli Moler

Resumo

O presente trabalho objetiva investigar por meio da pesquisa participante a vivência psicológica produzida a partir da participação nos slams de poesia na cidade de São Paulo. Slams são gincanas de poesias faladas spoken word, que acontecem principalmente nas periferias da cidade de São Paulo e do Brasil. Atualmente estima-se que existam mais de 300 slams no território brasileiro. Problematizamos na pesquisa partindo da dialética branquitude-negritude, os lugares ocupados por negros e não-negros em nosso país e o que eles lhes conferem. Partindo da perspectiva de Espinosa, temos o homem como um ser de paixão e desejos, sendo a experiência no mundo apreendida pelas emoções. Assim, a partir dos encontros vividos e conforme as relações se configuram, podemos aumentar ou diminuir nossa capacidade de agir, nossa potência de vida. Bons encontros são aqueles em que nossa capacidade de agir é aumentada e, do mesmo modo, ampliada a nossa capacidade de afetar e ser afetado pelo mundo. A pesquisa revela que o slam é um espaço de autorrepresentação em que é possível narrar suas vivências permeadas por afetos alegres, que possibilitam a composição de corpos e ideias em busca de expansão e mesmo de uma nova formulação de como as pessoas se percebem nesse processo. Além disso, as gincanas de poesia fomentam a construção de um novo modelo de sociedade comprometido com a luta pela equidade, pois, na medida em que se identificam as dificuldades (anunciadas nas poesias), é possível encontrar estratégias para superá-las.