Resumo
Este trabalho discute a branquitude nos movimentos feministas, pensando-os a partir de intersecções de raça e gênero. Partindo da inquietação: como a branquitude se apresenta nos movimentos feministas a partir da racialização das mulheres brancas e como o conceito de branquitude ajuda a pensar as lógicas hegemônicas neste contexto – investiga-se como espaços dos ativismos feministas brancos são atravessados pelas questões raciais intragênero. A partir dos sentidos da branquitude e da decorrente posição de privilégio que a não racialização das mulheres brancas produz nos contextos feministas, tenta-se compreender quais (des)construções e (des)encadeamentos ocorrem quando mulheres brancas reconhecem sua posição de privilégio a partir do recorte de raça (e outros marcadores sociais) dentro de suas práticas feministas. Para isso, dialogamos com construções e produções de feminismos marginalizados que constante e historicamente fazem um posicionamento crítico ao feminismo branco, a partir das abordagens interseccionais, decoloniais e dos estudos sobre branquitude. Discutir raça e racismo dentro dos movimentos feministas nos possibilita pensar sobre como as práticas de sujeitos são (re)produzidas e como a não racialização do “ser mulher (branca)” acaba por legitimar concepções racistas de gênero. Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa de dissertação da primeira autora, em andamento, realizada sob orientação da segunda autora.