Esta dissertação investiga como o pacto da branquitude e as relações de poder intrínsecas ao sistema literário brasileiro reverberam nas obras e na carreira de Carolina Maria de Jesus. O objetivo é avaliar, por um lado, em que medida essas dimensões permeiam a prosa de Carolina e, por outro, como a elite branca, firmemente estabelecida no sistema literário, manipulou os recursos de poder, erigindo empecilhos para a ascensão profissional da escritora. A metodologia empregada baseou-se na análise de conteúdo de textos de Carolina Maria de Jesus, revisão e levantamento bibliográfico sobre sua produção intelectual e análise de documentos variados. Os resultados evidenciam que as relações de poder no sistema literário nacional impactaram significantemente a atividade criativa da autora mineira, manifestando-se de forma mais contundente nos diários Quarto de Despejo e Casa de Alvenaria, que constituem parte do material empírico desta pesquisa. Ambas as obras revelam a incidência do pacto da branquitude não apenas no desenvolvimento artístico da escritora, mas também em sua trajetória social.