Recursos de inteligência artificial estão cada vez mais acessíveis a empresas e governos de todos os tipos, sendo aplicados em sistemas de vigilância, plataformas de mídias sociais e outros tipos de agentes artificiais. Uma de suas aplicações emergente em popularidade é o da visão computacional, que permite reconhecer automaticamente objetos, entidades, conceitos ou características extraídas de imagens, inclusive sobre pessoas. O presente artigo apresenta mapeamento de casos públicos de manifestações racistas de aplicações da visão computacional nos últimos anos lidos sob as lentes da Teoria Racial Crítica e Estudos da Branquitude. Analisando práticas de visibilidade e invisibilidade da pessoa negra nas bases de dados e processamento de recursos de visão computacional, o trabalho reflete como categorias e tipologias são manifestações de como os registros informacionais configuram e reproduzem poder, com impacto real nas possibilidades de representação e expressão equitárias entre diferentes segmentos da sociedade.