Resumo
A Aldeota é um bairro que em Fortaleza começou a adquirir o significado de status e prestígio social na linguagem local a partir da década de 1960. Reflito neste artigo sobre a produção social deste bairro (LEFEBVRE, 2000), como espaço característico da branquitude na cidade. Em busca da subjetividade envolvida nos modos de dar sentido ao lugar, analiso a literatura produzida por cronistas, poetas, cientistas sociais e urbanistas sobre a Aldeota, complementada por registros sobre o lugar nas mídias sociais digitais contemporâneas. Além disso, utilizo-me de minha própria experiência de vida inteira morando no bairro ou próximo a este como vantagem metodológica, que, combinada às molduras teóricas dos Estudos Críticos da Branquitude possibilitam “estranhar o familiar”. O artigo aponta evidências de diferenciações entre os usos e formas de apropriação subjetiva do lugar entre brancos e negros que co-habitam o bairro.