Resumo
Este estudo pretendeu abordar o tema da branquitude no Brasil, identificando sua ocorrência enquanto emergência de estudo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre autores que refletiram a formação nacional e as relações étnico-raciais no Brasil, em três períodos diferentes. Para tanto, no primeiro momento (século XIX), elegeu-se Karl Friedrick von Martius (1794 ? 1868), Joseph Arthur de Gobineau (1816 ? 1882), Silvio Romero (1851 ? 1914) e Raimundo Nina Rodrigues (1862 ? 1906). No segundo momento (século XX), optou-se por analisar o tema a partir do livro Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, O negro no mundo dos brancos (1971), de Florestan Fernandes e Introdução Crítica à Sociologia Brasileira (1956), de Alberto Guerreiro Ramos. Ao lado dos pensadores contemporâneos: Maria Aparecida Silva Bento, Lourenço Cardoso e Lia Vainer Schucman. Esses autores oferecem elementos para pensar, no terceiro capítulo, as questões que aparecem na atualidade em torno do que se consideraria o campo de estudo da branquitude no Brasil. Constata-se, portanto, que a branquitude é um assunto persistente desde a formação sócio-histórica no país. Ela tem abarcado diferentes aspectos e assumido diversas roupagens, intrínsecos a uma sociedade marcada pelo ideal de miscigenação e por desigualdades sócio-raciais, que continuam colocando a brancura no lugar de superioridade.