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Branquitude em revista: um estudo de caso sobre representação sócio-racial da imagem dos produtores de conhecimento na revista acadêmica “EntreTeses”

Autor(a)

SAMUEL DIAS RIBEIRO

O artigo Branquitude em revista: um estudo de caso sobre representação sócio-racial da imagem dos produtores de conhecimento na revista acadêmica “EntreTeses” pretendeu-se, a partir da articulação dos estudos críticos da branquitude no Brasil com aportes dos estudos da semiótica, analisar como a racialidade branca, através do pacto da branquitude (BENTO 2022), e controle de rostos – Gesichtskontrolle (SODRÉ, 2015), exercem e perpetuam o poder de consciente ou inconscientemente, reproduzir o discurso recorrente na sociedade brasileira que associa a produção de conhecimentos científicos à pessoas brancas, valendo-se de uma construção histórica de que ser branco significa ser o cérebro, o símbolo da razão (CARDOSO, 2020). Este lugar tão valorizado pela branquitude, parece ser um dos mais bem protegidos. Para o artigo realizou-se um estudo de caso cujo corpus de estudo foi a Revista Acadêmica EntreTeses da Universidade Federal de São Paulo em duas edições especiais comemorativas dos 25 anos da instituição. A pergunta que perpassa toda a pesquisa é: qual e como as diferentes corporeidades aparecem na revista e, como ela afirma ou rompe com ideias racialmente construídas da intelligentsia brasileira?, ou seja, quem ela aponta como intelectual, cientista. Metodologicamente foi realizado levantamento quantitativa das imagens que ilustram a revista, analisou-se qualitativamente tais imagens na tentativa de entender qual o tratamento dado aos sujeitos retratados. Encontrou-se a prevalência, quase exclusiva de corpos brancos dando a “cara” do produtor de conhecimento, para mais foi possível observar a não nomeação de sujeitos não brancos, enquanto os brancos aparecem nomeados. Assim, um dos conceitos chaves para se entender a branquitude: o conceito de pacto narcísico (BENTO, 2002), se revela. Sem rosto e sem nome, pessoas não brancas foram invisibilizadas, ao passo que, nomeadas e destacadas as pessoas brancas tornam-se, ao fim da leitura da revista, a identidade simbólica do produtor de conhecimento e símbolo da branquitude acadêmica.